sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Cabe a um Palhaço sonhador a lápide de um poeta?


"Todo som emitido pra sempre se propaga
Respeito com a palavra
Nada é pra sempre, a não ser Ele
Até o Sol se apaga
Mas hoje não tem eclipse
Black Alien, cancela o apocalypse"




No dia em que meus olhos de Capitu fecharem
(sim, de Capitu, posto que são oblíquos e dissimulados!),
No dia em que eles se cerrarem,
Não quero que os teus fiquem molhados,
Pois não desejo que na minha derradeira hora,
No dia em que encontrar o mal súbito,
Não possa dar acalanto para quem chora
E com isso acalmar teu coração aflito.

Quero ir numa noite de sexta
Em que no Céu não haja nuvem plúmbea,
Ali, por entre a hora do jantar e da ceia,
Pois é justo que eu parta em dia de festa!

Porém, minha ida não deverá cessar a boêmia,
Deixando que fique tua noite triste:
- Vai e chama nossos amigos, filhos de Hermes e Afrodite,
E deles faça tua companhia
Para que nessa noite de cerveja em verso e prosa
Cubras meu caixão com um azul clarinho de alegria
E ouvindo a música de JAH ou de Noel Rosa
Eu possa partir vendo a noite virar dia.

Belém/PA, 14 de Outubro de 2011

(Dom Aquiles Crowley)

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Fora, Temer!