"Todo som emitido pra sempre se propaga
Respeito com a palavra
Nada é pra sempre, a não ser Ele
Até o Sol se apaga
Mas hoje não tem eclipse
Black Alien, cancela o apocalypse"
No dia em que meus
olhos de Capitu fecharem
(sim, de Capitu,
posto que são oblíquos e dissimulados!),
No dia em que eles se
cerrarem,
Não quero que os teus
fiquem molhados,
Pois não desejo que
na minha derradeira hora,
No dia em que encontrar
o mal súbito,
Não possa dar
acalanto para quem chora
E com isso acalmar
teu coração aflito.
Quero ir numa noite
de sexta
Em que no Céu não
haja nuvem plúmbea,
Ali, por entre a hora
do jantar e da ceia,
Pois é justo que eu
parta em dia de festa!
Porém, minha ida não
deverá cessar a boêmia,
Deixando que fique
tua noite triste:
- Vai e chama nossos
amigos, filhos de Hermes e Afrodite,
E deles faça tua
companhia
Para que nessa noite
de cerveja em verso e prosa
Cubras meu caixão com
um azul clarinho de alegria
E ouvindo a música de
JAH ou de Noel Rosa
Eu possa partir vendo
a noite virar dia.
Belém/PA, 14 de Outubro de 2011
(Dom Aquiles Crowley)
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