segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Conteúdo de palestra ministrada no dia 21/12/2008 na PIB Jardim Sideral


TEMA: “Max Weber e os três tipos puros de dominação legítima”.
OBJETIVO: apresentar e analisar p pensamento weberiano sobre os três tipos ideais de dominação, estabelecendo como tal entendimento pode ser agregado ao cotidiano individual.


Max Weber – Pequena Biografia: Max Weber (1864-1920) foi um sociólogo e jurista alemão, um dos mais importantes intelectuais do final do século XIX e início do XX, considerado um dos fundadores da Sociologia. Dedicou-se a vários estudos sobre Sociologia da Religião e entre suas principais obras estão “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (1904-5) e “Economia e Sociedade” (1922), onde ele fala sobre os três tipos ideais de autoridade, tema desta palestra.




Poder, dominação e legitimação

Muitas pessoas consideram poder e dominação como sinônimos, entretanto tais conceitos possuem apenas uma ligação e, portanto, diferem entre si. Assim sendo, diz-se do poder como sendo a capacidade de induzir ou influenciar o comportamento de outra pessoa, seja utilizando-se de coerção, manipulação ou de normas estabelecidas, ao passo que dominação (ou autoridade) é o direito adquirido de se fazer obedecido e exercer influência dentro de um grupo, podendo fundamentar-se, como motivo de submissão, em tradições e costumes institucionalizados, qualidades excepcionais de determinados indivíduos, afeto, interesses ou regras estabelecidas racionalmente e aceitas por todos. Muitos autores, dentre eles o próprio Weber, a consideram como uma probabilidade de exercer poder, pois, para tanto, não basta a si somente os motivos citados anteriormente, mas, numa relação entre dominador e dominados, também um apoio em “bases jurídicas”, onde surge a legitimação, ou seja, aquilo que vai possibilitar a crença dos dominados de que a dominação é legítima, sendo, portanto, fundamental ao seu exercício. Assim, autoridade é o estado que permite o uso de certo poder, mas que, para tanto, necessita de preceitos que, segundo Weber, estão ligados - em seu estado ideal – a uma estrutura social e a um meio administrativo diferente para cada um dos três tipos para ser legitimada.


Os três tipos de dominação segundo Max Weber

Em sua obra “Economia e Sociedade”, publicada dois anos após seu falecimento por sua esposa, Weber classifica a autoridade em três tipos, dependendo principalmente das bases da Sociedade em questão, ou seja, das bases de sua legitimidade:


Racional-Legal: origina-se de regras, estatutos e leis sancionadas pela Sociedade ou organização. Tais regras definem a quem obedecer e até quando obedecer, tornando possível a aceitação, por parte dos subordinados, de um superior devido uma consciência de que este tem direito de dar ordens, ou seja, reconhecem que a autoridade está no cargo ocupado e não na pessoa que o ocupa, que só pode exercer a dominação dentro dos limites estabelecidos pelo cargo ocupado. Sendo assim, a associação dominante é eleita ou nomeada pelas leis e regras definidas por todos, com a idéia básica de que qualquer direito pode ser criado ou modificado mediante um estatuto sancionado corretamente, ou seja, que leve em consideração as necessidades de todos os envolvidos, e os subordinados são membros da associação. Aqui o poder é impessoal, obedecendo-se à regra estatuída e não à pessoa; a administração é extremamente profissional e também está subordinada ao estatuto que a nomeou, não possuindo influência pessoal e/ou sentimental; e seu funcionamento tem por base a disciplina do serviço. As nomeações obedecem a exigências e competências profissionais para a atividade de um cargo, são baseadas em contratos de serviço, recebem um pagamento fixo de acordo com o cargo ocupado e possuem iguais chances de ascensão de acordo com as regras pré-estabelecidas. Logo, conclui-se que esta forma de Autoridade nos remete diretamente às instituições burocráticas, onde quem ordena é dito superior e os que obedecem são os profissionais, e que tal dominação só foi possível com a consolidação do Sistema Capitalista de Produção, que realizou a transição de uma Sociedade baseada em valores (tradicional) para uma orientada para objetivos, com regras e controle racional dos meios para atingir os fins. Exemplos: empresas capitalistas privadas, a estrutura moderna do Estado, forças armadas, etc.


Tradicional: tem como base de legitimação, e de escolha de quem a exercerá, as tradições e costumes de uma dada sociedade, personificando as instituições enraizadas no seio desta sociedade na figura do líder. Acredita na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais, em um “estatuto” existente desde o principio, com o poder emanando da dignidade própria, santificada pela tradição, e do líder. Neste tipo, quem ordena é o senhor e quem obedece são os súditos, as regras são determinadas pela tradição, regidas pela honra e a boa vontade do senhor, que é considerado justo, e há uma prevalência dos princípios de equidade material em detrimento dos formais na atividade administrativa. Exemplos: a dominação patriarcal (tipo mais puro dessa dominação), uma aldeia indígena, a monarquia, os despotismos, o Estado Feudal, etc.


Carismática: etimologicamente, é aquela apoiada na devoção a um senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma). A influência só é possível devido qualidades pessoais, tais como faculdades mágicas, revelações, heroísmo e poder intelectual ou de oratória, com depósito de confiança em alguém que é visto como um herói, santo, salvador ou exemplo de vida, extinguindo-se quando há perda de credibilidade ou quando as virtudes que geravam tal influência sofrem desgaste. Em outras palavras, a dominação só dura enquanto há carisma. Nesta, quem ordena é visto como líder e os dominados são considerados apóstolos, discípulos, pupilos, seguidores, fãs, etc. O poder é pessoal, ou seja, obedece-se a pessoa por suas qualidades excepcionais e não por uma posição ocupada por ela formalmente ou por uma dignidade advinda das tradições. Este tipo de autoridade não deriva do reconhecimento, por outro lado, o reconhecimento e a fé são considerados deveres. Desconhece o conceito de competência ao nomear seu quadro administrativo sem considerar qualificações profissionais e também o de privilégio ao desconsiderar os costumes. Aqui o dominador é visto pelo dominado como alguém que possui uma missão a ser executada na Terra e, portanto, não necessita de regras e pode ser considerado como acima de toda lei imposta, pois necessitaria apenas de suas qualificações carismáticas para cumprir seus desígnios. Desprende-se da tradição devido à revolução ou renovação que o líder anuncia e a aceitação de suas ordens é de caráter obrigatório, desde que outra, também de origem carismática, não se oponha, quando há uma disputa entre líderes, onde somente a comunidade e a força do carisma de ambos, que será comparada e mensurada, irão decidir de qual lado está a “verdade”. Este tipo de Autoridade é um dos maiores impulsores das revoluções pela qual a humanidade passa, entretanto, por ser extremamente pessoal, tende a ser autoritário em sua forma mais pura. Exemplos: grandes demagogos, heróis guerreiros, profetas, Fidel Castro (na época da Revolução Cubana), Antônio Conselheiro, Gandhi, Jesus Cristo, Adolf Hitler, etc.


Conclusão

O objetivo desta palestra foi explicar os tipos de autoridade descritos por Weber em seu trabalho, entretanto é interessante ressaltar que os três tipos expostos são ideais, não no sentido de que deveriam ser estes os existentes na realidade, mas no sentido de serem projeções “utópicas” que não podem ser encontradas de forma pura na realidade, apresentando-se, freqüentemente, combinados. O propósito de Weber, e que estendo a esta palestra, era fazer uma construção intelectual, exagerando alguns aspectos da realidade, possibilitando uma melhor compreensão da Sociedade em que vivemos. Logo, acredito ser importante atentar para os pontos descritos e verificar qual tipo de Dominação predomina nos meios em que vivemos (escola, empresa, igreja e todas as organizações sociais das quais fazemos parte), podendo, portanto, melhorar nossa convivência ao possibilitar a criação de mecanismos de adequação ou de mudança quando necessário. Também acredito ser importante criarmos um senso crítico com relação às bases da legitimidade de nossas relações de Dominação, seja como dominante ou dominado, para possibilitarmos o nosso desenvolvimento, livrando-se de Dominações que freiem nosso crescimento, e, também, dos outros, adequando nossa forma de dominar da melhor forma para que todos possam se fortalecer com ela.


Bibliografia
-MAXIMINIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da Administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. 2 ed.-São Paulo: Atlas, 2000, Capítulo 3.
-MOTTA, Fernando Cláudio Prestes; VASCONCELOS, Isabella Gouveia de. Teoria Geral da Administração. 3 ed.rev.-São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. Capítulo 5.
-WEBER, Max. Os Três Tipos Puros de Dominação Legítima. Tradução de Gabriel Cohen. Rio de Janeiro: VGuedes Multimídia, 2008.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Faculdade Ideal promove palestra para explicar características da Crise Mundial.


Evento: “Centro Acadêmico Discute: A Crise Mundial e seus impactos para as organizações
Palestrante: Prof. Mestre e Dr. em Economia e Secretário de Estado da Fazenda/PA José Raimundo Barreto Trindade
Local: Auditório FACI II Data: 28/10/2008


O Centro Acadêmico de Administração da Faculdade Ideal, juntamente com outros colaboradores, promoveu o evento acima citado com o objetivo de esclarecer dúvidas que eventualmente surgiram na Faculdade sobre a atual crise mundial. Assim, o palestrante inicia suas colocações, sob o título de “Crise Financeira - Anatomia de uma Crise típica”, relatando que estamos vivenciando um momento de interrogações, uma busca de entendimentos, onde não podemos ter idéias fixas, e sim compreender a situação a partir de determinadas assertivas sem utilizarmos explicações determinísticas. Assim, Trindade nos apresenta dois modelos teóricos que propõem nos ajudar a entendermos como ocorre uma crise e como esta vem a se estruturar: um modelo neomarxista, inspirado no livro III de O Capital, e o Modelo de Crise de Crédito, formulado por Henry Minsk. Tais modelos utilizados nos mostram que não podemos analisar o sistema capitalista sem considerar que este, comparativamente a um organismo vivo, apresenta momentos de normalidade ou crescimento e momentos de crise, sendo, portanto, um processo cíclico. Assim, sendo um processo, apresenta etapas, que, neste caso, são o boom (auge dos negócios e inicio do processo de declínio) e crash (a “quebra“ da economia, ou seja, a crise em si) e são necessárias para uma revolução na engrenagem econômica.
Ora, se o capitalismo é um processo cíclico, onde as depressões formam uma de suas etapas, qual o motivo de tanto alarde com a crise atual se já passamos por muitas outras e sobrevivemos? Segundo o palestrante, isto se dá apenas pelo fato de que as que outrora passamos eram mais periódicas, ao passo que no século atual as crises são mais desritmadas. Outro fator que deixa de sobreaviso a maioria dos especialistas no assunto, e mais ainda a Sociedade, é o fato de que esta crise surge num país do “centro”, alcançando de forma avassaladora outras nações do globo. Entretanto, não devemos considerar esta crise como “A Crise”, pois para tanto ela teria que desestruturar completamente o Capitalismo, o que acredita-se que não ocorrerá. O palestrante ressalta, utilizando-se da Teoria do Desenvolvimento Econômico de Schumpeter (1911), que as crises são sistemas de aprendizagem do Capitalismo, que se regenera e fortalece após estas, mesmo sem salvar todos seus componentes, pois é característica de qualquer crise a destruição, fragmentação e absorção por outras organizações de algumas instituições. Mas, como ocorre este aprendizado e consequente fortalecimento do capitalismo? Trindade cita a chamada Destruição Criativa, um dos elementos centrais das crises, onde os estragos causados por uma crise abrem espaços para o surgimento de empresas mais estruturadas, impulsiona um desenvolvimento tecnológico, desperta novas oportunidades e cria mecanismos de regulação da economia mais eficazes, provocando uma queda no ritmo das crises. Assim sendo, como teve inicio essa crise? Para isso, devemos entender como funciona o sistema de crédito, principal afetado, e quais fatores provocam sua quebra.
Trindade explica que este sistema funciona com títulos especulativos servindo de base para o surgimento de uma massa crescente de capital fictício, um boom de crédito bancário, formada principalmente por títulos de ações (base de confiança das empresas) e títulos da dívida pública (créditos cedidos ao Estado). Quando ocorre um rompimento de um dos elos dessa corrente, ocorre uma reação em cadeia (overtrading specullation), desestruturando todo o sistema crediário, pois há uma diminuição da emissão de financiamento e outros tipos de crédito devido um aumento do risco moral desse tipo de transação, certo receio às inadimplências. Isto afeta diretamente a principal função desse sistema: financiar as empresas (que, em alguns casos, até podem se autofinanciar, mas não o devem para garantir um grande capital de giro e evitar a escassez de crédito) e o Estado, e recomprar títulos no mercado secundário. Com esta quebra, criam-se situações propensas para uma crise de produção, pois, devido uma necessidade de liquidez e uma depreciação do capital mais acelerada, as empresas são estimuladas a deixarem de produzir para evitar perdas. Assim, as empresas responsáveis por produção de maquinários para produção são as primeiras a sentirem o efeito da crise, retraindo-se por requererem muito crédito, seguidas das empresas de manufatura que, por falta de capital de reposição, fecham o ciclo. Logo, conclui-se que uma crise desse tipo destrói capitais especulativos e produtivos. Assim sendo, como a crise atual está estruturada?
Trindade explica que a crise atual é uma típica crise de crédito. Ela surge nos EUA, com os títulos hipotecários (subprime) servindo como base para erguer diversos outros títulos especulativos, formando sua cadeia de capital fictício. Com a baixa regulação da economia americana, surgida com o neoliberalismo do final da década passada e no decorrer da atual, houve uma quebra no centro dessa cadeia, o que fez desabar a estrutura de créditos americana. Com isso, os bancos passam a ser muito mais seletivos na liberação de financiamentos e empréstimos, o que retira investimentos econômicos, impossibilitando um aumento e até manutenção da produção, fazendo com que empresas quebrem, aumentando o nível de desemprego e ocasionando um efeito cascata. Ora, como a economia americana está estreitamente ligada a outras economias do globo, isto afeta outros países ocasionando uma ação em cadeia. Assim, como o Brasil está interligado com a economia e o comércio mundial, este também é afetado, principalmente com a queda do preço de commodities. Entretanto, os efeitos da crise em nossa economia são atenuados devido o mercado interno ainda está aquecido, o Brasil ter uma baixa exposição fiscal, possuir reservas, ter uma economia mais regulada do que a americana e europeia, ter o capital especulativo mais concentrado e possuir um sistema de crédito menor em relação aos países centrais.
Assim, considero que o evento ajudou a entendermos porque o sistema capitalista passa por momentos de depressão, que tais momentos são uma forma do Capitalismo se realinhar e aperfeiçoar, fortalecendo-se e aumentando seu nível de organização e regulação, esclareceu as consequências que esta crise, em particular, trará para a economia mundial e que, paradoxalmente, está no inicio, mas possivelmente já encaminha-se para um fim. Entretanto, considerei que houve um esclarecimento superficial sobre como as organizações serão afetadas, contudo isto não afetou a qualidade de tudo que foi exposto e já nos deu um conhecimento prévio para analisarmos mais a fundo este aspecto.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Semana Acadêmica de Administração da FACI é encerrada com brilhante palestra.

Evento: Palestra “CRA – Regulação, Administrador Social e Mercado de Trabalho”
Palestrante: Diretor de Fiscalização e Registro do Conselho Federal de Administração (CFA) Adm. José Célio Santos Lima
Local: Auditório FACI II Data: 25/9/2008


O evento aqui relatado é o desfecho da IX Semana Acadêmica de Administração da FACI, que se iniciou com a execução do Hino do Estado do Pará e da música “Sabor Marajoara”, de autoria do cantor e compositor paraense Nilson Chaves, e com o pronunciamento do Prof. Gilberto Alcindo, coordenador do curso de Administração da FACI, do Prof. de Ciências Sociais e Políticas Cláudio Carvalho e do graduando em Administração Emerson Lima, representante do Centro Acadêmico, que agradeceram a todos os envolvidos na realização do evento e enfatizaram a importância da Semana Acadêmica como forma de intercâmbio de conhecimentos entre acadêmicos e profissionais de destaque em suas áreas de atuação e a conscientização de que o aprendizado deve ser constante. Após os pronunciamentos, desfez-se a mesa e o palestrante José Lima iniciou sua palestra criticando ferrenhamente o Secretário de Gestão do Estado de Alagoas, que classificou a classe administradora alagoana como incompetente num evento realizado na faculdade CESMAC (Centro de Estudos Superiores de Maceió), ressaltando que tal incompetência não provém de administradores em si, mas sim de cabos eleitorais que ocupam cargos administrativos sem qualidade para tal por conta de favores políticos. Após esta critica, ele inicia a demonstração do papel do administrador no Mercado de Trabalho, seus cenários e suas perspectivas.
Lima destaca um fato muito importante: a diferença entre a Academia e o Mercado de Trabalho. Tal diferença reside no fato de as teorias estudadas na Academia não são modelos que permanecem imutáveis frente às variáveis que se encontram na realidade, ou seja, elas devem apenas servir como uma base de direcionamento para poder lidar com esta ou aquela situação. Assim, quando somos alunos somos dependentes, precisamos de supervisão e aprendemos com nossos erros, mas quando se é profissional é necessário ter independência, responsabilidade e a consciência de que qualquer erro pode ser fatal para a organização a qual pertencemos e até para a nossa própria vida profissional. Outro fator que é citado por ele é a falta de aproximação entre Academia e Mercado, pois muitas instituições de ensino não acompanham as exigências do Mercado, ao passo que este também não repassa os parâmetros que devem nortear a formação de mão-de-obra qualificada para atendê-lo. Isto resulta numa subqualificação de mão-de-obra, ficando muito aquém da qualificação ideal para desenvolvimento do Mercado e, também, dos profissionais incluídos nele.
Lima prossegue sua palestra mostrando-nos a jovialidade da Ciência da Administração, que só passou a ser considerada profissão no Brasil por intermédio da lei 4.769 de 9 de setembro de 1965, e a dificuldade de se determinar um campo especifico de atuação por ser uma ciência altamente genérica. Ele ressalta, ainda, a incompletabilidade da lei que regulamenta nossa profissão, lei esta que apresenta tais falhas por não ter sido redigida por administradores e, com isso, desconhece, ou finge desconhecer, alguns dos pontos ligados aos interesses de nossa classe. Em seguida, Lima nos apresenta os Conselhos Regionais e Federal de Administração, órgãos responsáveis pelo registro dos profissionais realmente aptos a exercer esta profissão, e que têm por missão difundir a Ciência da Administração, valorizar o profissional da área e defender a sociedade ao usar nossos conhecimentos para construção da mesma.
Após estas conjecturas, somos apresentados a quatro campos de atuação de nossa Ciência, ou seja, campos onde deverá constar pelo menos um administrador devidamente registrado para representar a organização, determinados pelo artigo 2º, alínea “a” da lei que regulariza a profissão, a saber:
a) administração financeira, orçamentária e patrimonial;
b) seleção e administração de pessoal;
c) administração de comércio exterior; e
d) administração de material, mercadologia e de produção.


Ainda são apresentados dados relativos ao ensino da Administração, mostrando-nos o grande número de instituições que possui este curso em seu portfólio, o perfil do administrador e a postura dos recém-formados no mercado de trabalho. É importante citar o destaque que Lima deu ao fato de o Mercado de hoje possuir uma flexibilidade bem maior do que há algum tempo atrás e de considerar que um bom administrador tem que ter confiança, atitude, persistência, visão sistêmica e aberta do todo e, principalmente, promover ações que possibilitem maior sinergia entre pessoas e recursos para atingir, assim, os objetivos da organização e da sociedade, ou seja, uma conduta fundamentada no respeito.
Ao final da palestra, foram apresentadas algumas das ações dos conselhos (que estão embasadas na fiscalização do exercício da profissão e das condições para que isso ocorra sem desvios e na promoção da qualidade e do bem-estar do administrador, houve a exibição de um curta-metragem que buscava [grifo proposital] mostrar a evolução da humanidade através dos tempos e instigava a procurar perceber os detalhes que podem fazer a diferença mesmo em situações de aparentemente dificuldade (na verdade, um exemplo da contaminação que, infelizmente, a Administração vem sofrendo da “literatura” pseudocientifica acerca de conceitos de motivação e auto-estima) e a entrega do diploma de participação no evento ao palestrante pelas mãos do Prof. Administrador Especialista Allan Carneiro.
Assim, considero que o evento teve uma boa organização, o conteúdo apresentado ajudou-me a entender parte da importância dos conselhos e como poder ser visto como um profissional com diferencial, o palestrante mostrou-se um bom orador e dominador do assunto ministrado, porém me desagradou à falta de tempo para tirar algumas dúvidas que, naturalmente, passam a surgir quando se entra em contato com novos conhecimentos.

Relato da palestra de abertura da Semana Acadêmica de Administração realizada pela Faculdade Ideal com o tema Administrador Social.


Evento: Palestra “Políticas Públicas, Desenvolvimento Social e Empresarial”
Palestrante: Prof. Dr. em Economia Francisco Marcelo Garritano Barone (EBAPE/FGV)
Local: Auditório FACI II Data: 23/9/2008

O evento a ser relatado marcou o inicio da IX Semana Acadêmica de Administração da Faculdade Ideal e, como é de praxe, teve entre suas solenidades pronunciamentos dos organizadores do evento, do Diretor Geral da Mantenedora da Instituição, Prof. Manoel Leite, e do Diretor Geral do Grupo Educacional Ideal, Prof. João Messias. O palestrante Francisco Barone iniciou sua palestra explicando-nos que a economia é dinâmica e mutável, citando a crise americana e a intervenção estatal nesta como forma de entendermos que, apesar das depressões que sofre, o sistema capitalista recompõe-se ao longo do tempo, surgindo assim novos regimes dentro do mesmo sistema econômico. Para exemplificar, lembrou a intervenção do governo Fernando Henrique no setor bancário no inicio do Plano Real para evitar um colapso do sistema financeiro brasileiro, ressaltando que, embora à época tenha parecido para alguns um mau negócio, tal medida, análoga a adotada nos Estados Unidos, evitou a desestruturação da economia brasileira e ainda resultou em títulos cambiais às partes envolvidas. Em seguida, Barone citou o que ele considera questões importantes para os novos administradores, tais como buscar ser um profissional com diferencial, capacitado para assumir seu papel no desenvolvimento do país, sabendo promover e preservar sua imagem num mundo cada vez mais dinâmico e que cobra uma preparação de qualidade e ininterrupta.
Somente após fazer essa rápida apresentação à Economia e às exigências do Novo Mercado estabelecido, é que Barone começa realmente a ministrar sua palestra, citando Santo Agostinho ao dizer que uma cidade é feita de homens e não de casas e que são esses homens que fazem a diferença nas organizações e, consequentemente, na Sociedade. Ele nos explica que toda organização tem por objetivo a maximização da riqueza de seus acionistas (incluindo-se também nesse conceito organizações públicas, onde os acionistas são os membros da Sociedade que aplicam como “capital” os impostos que pagam e que devem ser revertidos em benefícios da própria Sociedade) e a preservação da riqueza de todos aqueles que influenciam ou são influenciados direta ou indiretamente pela organização, os chamados stakeholders.
Ora, fala-se muito em administrador social, mas o que é esse tipo de administrador e como ele pode ser responsável pelo desenvolvimento do país?
Para entender o papel do administrador nesta nova sociedade, Barone apresenta os oito objetivos de desenvolvimento do Milênio (erradicar a extrema pobreza e a fome; atingir a educação básica universal; promover a igualdade entre os sexos e a valorização da mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental; e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento), assumidos por 191 nações, juntamente com dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) que nos mostram as situações atuais de tais itens, indagando-nos sobre como atingir essas metas até 2015, prazo estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O próprio Barone nos responde que tais metas não serão atingidas plenamente com os modelos de desenvolvimento adotados atualmente, afirmando que a única maneira de atingir tais objetivos dentro do sistema capitalista não é com o perdão das dívidas das nações pobres ou em desenvolvimento pelos países de mercado consolidado e nem com políticas paternalistas por parte do governo, e sim dando capacidade aos indivíduos para desenvolverem atividades produtivas de maneira sustentável. Para o palestrante, isso acontecendo dá ao cidadão uma possibilidade de cuidar melhor de sua saúde e da saúde de sua família, facilita o acesso à educação de qualidade, aquece a economia e cria mais empreendedorismo, gerando um círculo virtuoso, o chamado efeito multiplicador da renda. Mas, de que forma aumentar o acesso da população à atividades produtivas e, ao mesmo tempo, de maneira sustentável?
Barone utiliza a Teoria do Desenvolvimento Econômico formulada por Joseph Schumpeter em 1911 e da Transformação Social proposta pelo Economista C. K. Prahalad para mostrar como isso é possível. Assim, o primeiro prega que o desenvolvimento sustentável só é possível com exploração e materialização de novas oportunidades, concretizando o espírito empreendedor na sociedade, com inovações tecnológicas (a chamada Destruição Criativa, onde as tecnologias criadas tem maior obsolescência para abrir espaço para novas tecnologias), aumentando a facilidade de acesso ao crédito e adaptando as decisões às peculiaridades locais, tendo como foco mulheres, jovens, universitários, empresas jovens e/ou de rápido crescimento); ao passo que o segundo baseia-se na ideia do Capitalismo Inclusivo, no qual deve ocorrer o incentivo do acesso das camadas mais pobres da Sociedade ao consumo, aumentando seu poder de compra com disponibilização de crédito, partindo do pressuposto de que “o pote de ouro está na base da pirâmide social”.
Barone destaca que é o Estado que deve dá suporte ao desenvolvimento, passando a estruturar-se mais para tanto, fornecendo o entorno, como, por exemplo, educação de qualidade, revendo as leis tributárias, “enxugando” o processo de abertura de firmas que, por seu alto grau de morosidade, inibe o desenvolvimento de empresas, e facilitando o acesso dos novos empreendedores ao crédito. Assim, o Estado deve redefinir seu papel, trabalhando com todos seus vetores (municipal, estadual e federal) convergindo a uma mesma direção, amparando e dando suporte para a iniciativa privada gerar riquezas e desenvolvimento, papel inverso ao qual este vem desempenhando, particularmente no Brasil, ao inibir o desenvolvimento do empreendedorismo de forma mais ampla e formal com sua elevada carga tributária (cerca de 40% do PIB), processos de abertura de firma que chegam a durar até 100 dias e a grande dificuldade de acesso ao crédito. Outro ponto colocado foi a possível venda da Amazônia ao capital estrangeiro como solução em potencial, destacando-se que abrir mão da Amazônia é abrir mão da soberania nacional, onde a cabível e única forma possível é aproveitar esse capital externo que tem a Amazônia como porta de entrada para promover o desenvolvimento nacional de forma sustentável, racional e regulado pelo Estado.
Assim, o Estado deve está disposto a assumir seu papel de incentivador do desenvolvimento e o capital privado deve posicionar-se com maior parceria junto ao Governo e a Sociedade, todos conscientes de que tais melhorias são um investimento de longo prazo e que requer planejamento voltado para as necessidades locais, não a absorção de modelos estrangeiros que não se encaixam em nossa realidade, tanto cultural como econômica.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Energia e meio ambiente: impactos e proposições para a gestão organizacional

Resumo:
O mundo vem apresentando sinais de que a ação humana está degradando de forma cada vez mais nociva os seus recursos naturais e com isso passa-se a cobrar da sociedade atitudes que possam solucionar estes problemas. Sabe-se que a humanidade é cada vez mais dependente do consumo desses recursos e que o esgotamento dos mesmos trará sérios problemas em diversos campos, colocando em risco a nossa própria existência. O desafio agora é procurar meios de continuar com o nosso modo de vida sem causar tantos impactos ao nosso meio-ambiente, ou seja, usar os recursos do planeta de forma consciente garantindo que as próximas gerações também possam usufruir destes. Por isso que é importante definir o papel de cada segmento social para ajudar na solução desses problemas.

Palavras-Chave:
DEMOCRACIA, ENERGIA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
Subject:
The world has shown signs that human action is deteriorating so increasingly damaging their natural resources and with this happening to be charged attitudes of society that can solve these problems. It is known that humanity is increasingly dependent on consumption of resources and the depletion of them will bring serious problems in various fields, thus putting at risk our very existence. The challenge now is to seek ways to continue with our way of life without causing so many impacts to our environment, that is, using the resources of the planet so conscious ensuring that future generations can also enjoy these. So it is important to define the role of each social segment to help in solving these problems.


Keywords: DEMOCRACY, ENERGY, SUSTAINABLE DEVELOPMENT.
Introdução

No final do século XX, questões ambientais passam a ser tratadas num âmbito cultural e político. Isto se deve ao fato da sociedade iniciar uma percepção de que a degradação e o esgotamento dos recursos naturais e energéticos são ameaças reais que podem resultar em um colapso mundial. Com isso, se inicia uma conscientização e engajamento de diversos setores da sociedade com objetivo de buscar soluções para os problemas já existentes e adotar políticas e medidas para um desenvolvimento comprometido com o futuro do planeta.
Tal quadro nos leva a refletir sobre o papel da gestão organizacional nesse contexto, onde a humanidade presencia catástrofes e crises ambientais provenientes de anos de descaso e agressão à natureza.
1. Números de uma realidade
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a energia renovável ocupa 4,5% do total da produção energética mundial, um aumento de 1,3% em relação ao ano de 1971. Dessa percentagem, a energia hidrelétrica constitui a maior parte, entretanto sua exploração em grande escala pode provocar impactos ambientais e sociais negativos, gerando embates entre interesses de diferentes segmentos sociais, como os que ocorrem em torno da construção da hidrelétrica de Belo Monte/PA.
Porém, mesmo tendo fontes de energia renovável com grande potencial de crescimento, o mundo ainda é muito dependente do consumo de combustíveis fósseis e continua emitindo grandes quantidades de gás carbônico (CO2), gerado após a queima desses combustíveis e principal causador do Efeito Estufa e do aquecimento global. Enquanto energias limpas, como a eólica e a solar, respondem por apenas 0,02% da oferta global, a emissão de CO2 aumentou cerca de 20% em relação aos índices de 1990 na América do Norte, por exemplo.
Apesar dos apelos realizados na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em 1992 e do famigerado Protocolo de Kyoto de 1997, visando à estabilização e redução das emissões de CO2, se verificou que essas emissões continuam crescendo, com o continente asiático, devido ao tamanho de sua população e seu constante crescimento econômico, e a América do Norte como principais responsáveis por essa elevação. Em contrapartida, as emissões diminuíram nos países da ex-União Soviética, devido à crise e à reestruturação econômica, e permaneceram estáveis na Europa, mas ainda não atingiram níveis desejados. Só para ilustrar a situação, os Estados Unidos emitem dez vezes mais CO2 do que países emergentes, como o Brasil, e se recusam a assinar os termos do Protocolo de Kyoto, inviabilizando sua implementação. Outro dado que deve ser considerado é que, em 2000, de todos os países que participaram da Convenção e se dispuseram a assinar o Protocolo, apenas Alemanha, Reino Unido e Luxemburgo atingiram níveis de emissão menores do que em 1990.
Enquanto o mundo não diminui suas emissões de gases causadores do Efeito Estufa, verificam-se cada vez mais sinais de mudanças climáticas e projeções nada animadoras. Sabe-se que desde 1900 a temperatura da superfície terrestre aumentou aproximadamente 0,6° C; estima-se que o nível do mar está aumentando numa proporção de 1 cm por década e que a espessura do gelo do mar Ártico diminua 1% por ano. Tufões, ciclones, furacões e fenômenos como o El Niño e as secas na Ásia, África e, principalmente, na região amazônica serão mais frequentes e intensos.
2. Tecnologia no monitoramento amazônico
Sabe-se o quanto é importante a preservação da Amazônia para manutenção do equilíbrio natural em escala mundial, e é por isso que órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Ministério do Meio Ambiente (MMA) estabeleceram parcerias que resultaram em sistemas de monitoramento do bioma amazônico em território brasileiro utilizando sistemas de radar e de sensoriamento remoto. Assim, surge em 1988 um sistema de detecção de desmatamentos conhecido por PRODES, que calcula as taxas anuais de desflorestamento da Amazônia Legal e é utilizado para o planejamento de ações em longo prazo. No ano de 2004 o IBAMA passa a receber, de 15 em 15 dias, dados repassados pelo INPE e gerados por um outro sistema de monitoramento, o sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (DETER), que utiliza sensores com alta freqüência de observação para reduzir as limitações da cobertura:
(a) o sensor MODIS a bordo dos satélites TERRA e ACQUA (NASA), com resolução espacial de 250 m e frequência de cobertura nacional de três a cinco dias; e
(b) o sensor WFI a bordo do CBERS-2, com resolução espacial de 260 m e frequência de cobertura de cinco dias.
Percebe-se que há uma grande frequência de observação, o que permite ao DETER fornecer informações periódicas sobre desmatamentos. Contudo, não é objetivo desse sistema estimar a área total desmatada, para tanto o INPE utiliza imagens de melhor resolução dos sensores TM/LANDSAT (30 m) e CCD/CBERS (20 m), usadas no PRODES, e sim detectar focos de desmatamento pelo Centro de Monitoramento Ambiental do IBAMA (CEMAM), possibilitando uma atuação mais rápida da fiscalização e permitindo interrompê-los no seu curso.
O CEMAM processa imagens e informações geradas pelo sensoriamento dos satélites LANDSAT-5, MODIS e GOES, gerando polígonos das áreas de desmate e verificando focos de calor. Entretanto, a grande quantidade dessas informações são obtidas de maneira individual e desintegrada, sendo potencializadas com a atuação da Coordenação de Monitoramento Ambiental, que analisa tecnicamente os dados gerados e faz uma integração entre os diferentes sistemas do IBAMA. Parte dessas informações é acessada diretamente pelo Sistema de Informações Ambientais (SISCOM), que compartilha informações georreferenciadas geradas pelos órgãos governamentais, possibilitando ao usuário construir mapas, fazer sobreposições e consultar o banco de dados ativando o nível de informação desejada. Outras informações podem ser obtidas em sistemas de interface web, como os de autorização de utilização de produtos de origem florestal (SIPROF), de comércio de produtos florestais em nível nacional (DOF) ou através de solicitação formal de outras instituições públicas com justificativa de motivos quando tratar-se de informações restritas, possibilitando um desenvolvimento sustentável, transversalidade e controle social da proteção e conservação dos biomas brasileiros.


3. Degradação Ambiental versus Democracia

Numa Democracia, são estabelecidos padrões de vida que devem ser comuns a todos os indivíduos de uma determinada sociedade. Tais padrões visam o desenvolvimento sadio do cidadão, o qual não pode ocorrer por completo sem ar puro, água potável, alimentos, luz e calor em medidas certas e uso pacífico do patrimônio comum da humanidade (inserido neste os recursos naturais), entre outras condições. A própria Constituição Federal nos diz, em seu Art. 225, que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se o Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
Agredir a natureza é, portanto, ferir Direitos Humanos, diluir a qualidade de vida, comprometer a saúde, o bem estar, a sustentabilidade e a própria existência dos cidadãos. Outro ponto afetado pela degradação ambiental na Democracia é a equidade entre os seus membros, uma vez que ocorre a vigência de interesses particulares de uma parcela de privilegiados que, por suas influências, recebem bônus pelo desperdício e degradação gerados pela implementação de determinados projetos, com distribuição de ônus entre os menos favorecidos.
Assim, degradar a natureza fere princípios democráticos, o que obriga a sociedade contemporânea a se conscientizar sobre o papel de cada segmento que a compõe, garantindo a proteção da natureza e, principalmente, de seus Direitos.

4. O papel da Gestão Ambiental

Todos têm sua parcela de responsabilidade nesse quadro, e é por isso que segmentos da sociedade, tais como Organizações Não Governamentais (ONG’s), órgãos públicos de proteção ambiental, agências regulamentadoras de atividade, consumidores e comunidades vizinhas cobram das grandes organizações a adoção e aperfeiçoamento de sistemas de gestão ambiental.
É por meio dessa influência que a concessionária de energia elétrica do Pará, REDE Celpa, desenvolve ações, projetos e programas de investimento ambiental com objetivo de atender à legislação vigente, aperfeiçoar seu relacionamento com clientes e comunidades vizinhas às suas unidades e promover um desenvolvimento sustentável. Para tanto, a Celpa fecha parcerias com seus fornecedores e com órgãos públicos, como a Secretaria Executiva de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM), e mantém um elo com o cliente e o Poder Concedente, conhecido como Conselho de Consumidores, que tem a função de receber opiniões dos diversos tipos de consumidores que a empresa atende e passar aos mesmos informações sobre o que está sendo implementando em termos de gestão ambiental.
Todas essas parcerias resultaram em projetos ambientais, como o de Recuperação do Rio Apeú, que promove a recuperação ambiental, social e econômica desse rio, o de Revegetação do Parque Ambiental de Belém, o de Gestão de Resíduos, o de Avaliação Preliminar de Passivos Ambientais, além da implementação do Sistema de Gestão Ambiental compatível com os padrões internacionais ISO 14001 e OHSAS 18001.
Todos esses projetos são gerenciados pela Assessoria de Meio Ambiente da REDE e constituem a forma pela qual a empresa busca um bom relacionamento com os diversos setores da sociedade e contribui com sua parcela de responsabilidade sócio-ambiental para realizar, assim, uma promoção de sua imagem como empresa com desenvolvimento sustentável perante comunidade, consumidores, fornecedores e órgãos públicos, adquirindo prestigio e diferenciação ante seus concorrentes.
Conclusão
A sociedade busca uma solução para toda degradação que provocou à natureza. Por isso, torna-se necessária a participação de todos seus segmentos na proteção e promoção do reequilíbrio natural. Para tanto, as organizações devem assumir sua parcela de responsabilidade e adotarem gestões ambientais que lhe possibilitem promover um desenvolvimento sustentável e responsável. Só com a união da sociedade o planeta pode sonhar com um futuro para as próximas gerações.
Referências
· ALTVATER, Elmar. O preço da riqueza: Pilhagem ambiental e a nova (des)ordem mundial. São Paulo, UNESP, 1995.
· GIDDENS, Anthony. O mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Rio de Janeiro: Record, 2000

Http://www.espacoacademico.com.br/071/71ruscheinsky.htm (Acessado em 2/7/2008)
Http://www.gruporede.com.br/celpa/responsabilidade.asp (Acessado em 2/7/2008)
http://www.ibama.gov.br/monitoramento-ambiental/index.php/amazonia/
·Http://www.ibama.gov.br/monitoramento-ambiental/index.php/informacoes-ambientai (Acessado em 30/6/2008)
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·Http://www.ibama.gov.br/monitoramento-ambiental/index.php/servicos/centro-de-monitoramento-ambiental (Acessado em 30/6/2008)
.http://www.johannesburgsummit.org/ (Acessado em 5/7/2008)

Viver é ser diferente

Pessoas são diferentes entre si: umas brancas, outras negras; ocidentais e orientais; muitas pobres, poucas ricas, raríssimas milionárias; algumas católicas, outras protestantes, budistas, etc. Entretanto, não vou me prender a citar as diferenças psicológicas, econômicas, políticas, religiosas, culturais, raciais, sociais e/ou sexuais com as quais constantemente nos deparamos nas esquinas de nossa cidade ou nos arredores do mundo. Acredito que o importante é saber encarar e respeitar essas peculiaridades, pois achar que determinada característica ou atitude é incomum ou exótica não cria motivos para recriminá-la, desde, é claro, que não seja algo que agrida o equilíbrio que, ao menos, deveria existir na sociedade, e respeitar as diferenças é um exercício de cidadania e consciência social.
Toda essa diversidade deve ser aproveitada ao máximo, com realização de intercâmbios genéticos, culturais, religiosos e sócio-políticos, percebendo, muitas vezes, que o abismo dessas diferenças é pequeno, raso e banal frente à enorme ponte de respeito que pode ser construída para unir povos, raças e religiões num mundo, utópico talvez, onde todos deixariam suas incompatibilidades de lado para caminharem juntos, em paz e harmonia.
Frequentemente, os meios de informação em massa veiculam notícias de desentendimentos, brigas e até guerras movidas devido a dificuldade de aceitar as peculiaridades encontradas em certos indivíduos, fazendo-nos refletir e procurar uma resposta para tudo isso. Ora, o principio da cidadania não deixa todos iguais perante as leis? A certeza da morte não nos coloca no mesmo destino da Vida? Por acaso, a atmosfera escolhe aqueles que irão respirar seu precioso ar? Precisamos aprender a viver com respeito a todos e só assim poderemos ser dignificados e dignificar o próximo. Respeitar as diferenças é se mostrar humano, é crescer como pessoa e é uma forma de aumentar o intelecto e viver bem...e em paz!

Fora, Temer!