quarta-feira, 30 de maio de 2012

Outro dia vi esse texto no facebook...

Atualizado em 04 jan. 2016

... e achei muito legal, afinal, sou leitor assíduo e gosto de, vez ou outra, fazer uma propaganda dos benefícios que isso (a leitura) traz. Não sabia quem tinha escrito o texto, mas, numa googada, o encontrei em diversos sites e blogs e constatei que seu autor é Bruno Palma e Silva, que mantém o blog acepipes escritos. Espero que vocês também gostem do texto e passem a ler mais, ou a namorar mais gente que lê. É mais saudável... e inteligente!

Imagem obtida no site Mães à obra

Namore um cara que lê NAMORE QUEM VOCÊ BEM ENTENDER!!!


"Namore um cara que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos.
Namore um cara que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras.
Encontre um cara que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê.
Ele é o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar.
Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ele está lendo – e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil.
Namore um cara que lê, ele vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice e – talvez não admita – sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que são as complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances.
Um cara que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência.
Um namorado que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-lo: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo.
E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo esse. Um cara que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre.
Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar – com o coração aquecido – para o seu lado.
Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio.
Ele vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS. Você poderá, se chegar de mansinho, ouvi-lo lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias especiais. Um cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho.
Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do 'e eles viveram felizes para sempre', namore um cara que lê.
Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve."

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Sua-vida-de


Guernica, 1937, Pablo Picasso (1881-1973)

Não quero mais essa suavidade
De liberdade escravizando minha mente
Cansei de viver com olhos fechados pra cidade
E vendo os braços cruzados dessa gente

Não anseio essa
Sua
Vida
De
Submissão demente
Sem rua, sem lida, sem mocidade

Quero melodias em sol maior de revolução,
Um brado lunático que prove
Que este poeta de merda leva no coração
Amor diplomático e fúria-molotov

Desejo ser um enredo de mangue beat,
Lampião zapatista de nossos subúrbios,
Guerrilheiro além de um simples tweet,
Direct message na cara dos momios!

Dá-me asco teu ativismo de sofá,
Sofativismo sem sentido para o amanhã.
Teu discurso-barbitúrico, Rebelde-Lexotan,
Meus versos irão estricninar!

De que vale essa sua vida de ramelão?
Buscai a primavera árabe na chuva amazônica
Que seguirei com irreverência e inquietação
Sendo rueiro, vagabundo e marginal
A pelejar contra a moral babilônica,
Pois já rompi há tempos com o Gardenal.

O bater da água do rio é violento
Ou são suas beiradas que a oprime?
Não se cala a pergunta, mesmo assim permaneço avante
Sob o som do tambor Ashanti
A sonorizar meu movimento
Para fazer tremer quem me subestime

Há quem não entenda minha sinceridade,
Meu sonho de Che Guevara papa-xibé,
Mas continuo em pé
Com fé
                                   E assim permaneço até
Entenderes que não me cai bem essa suavidade.

Belém/Pa, 24 de maio de 2012
(Dom Aquiles Crowley)

Construção (a)poética sobre a saudade



Se quiseres entender
o sentimento que me corrói
Escreves SAUDADE num tijolo,
bate com ele na cabeça
E verás o quanto ela dói!

Belém/PA, 24 de maio de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Van Gogh, a Tragédia e a Cor: Almond Tree in Blossom

"...ache belo tudo o que puder, a maioria das pessoas não acha belo o suficiente".
(Vincent van Gogh, Londres, janeiro de 1874)

Almond Tree in Blossom, 1888 - Vincent van Gogh (1853-1890)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

"Não vejo Deus nas igrejas...

...mas em compensação eu vejo em todo o resto".
Ultimamente tenho encontrado e batido de frente com muita gente que tem um pensamento religioso que beira o fundamentalismo radical. Ontem, presenciei uma situação dessas, embora mais velada do que é geralmente, que me deixou constrangido, pois ocorreu com alguém próximo a mim e me senti responsável por ter exposto essa pessoa a isso, embora ela não tenha me dito que foi constrangida (não sei se por educação, ou se porque não se sentiu "arguida").
O fato é que, embora eu não tenha interferido na situação, pois ambas as pessoas são próximas a mim e o contexto em que estavámos não era propício a um debate mais caloroso sobre essas questões, e também não tenha tocado no assunto depois do ocorrido, saí pensando sobre aquela situação, divagando sobre posturas relacionadas às questões de crença e fé. Foi durante essa minha divagação que passei em frente ao Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves e vi um bando de macaquinhos pulando nos galhos das árvores e no muro que fica no lado da Avenida Almirante Barroso, do qual fotografei com meu celular um dos símios. No momento, veio imediatamente na cabeça esse verso da música Santo Amaro da Purificação, do rapper paulista Emicida, que utilizei como título e legenda da imagem dessa postagem.
A conclusão que chego é a seguinte (e mais uma vez uso Emicida para demonstrá-la, dessa vez com um tweet postado ontem à noite): "julgamento: quando você menos espera, você já fez ( e não raro, fez errado)". Até quando teremos gente utilizando (ou se escondendo por atrás da) a bíblia como Manual de Caça a "Pecadores"? Fica a reflexão!!!!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Resenha: Política externa brasileira, 1889-2002



Sobre o livro: de autoria de Letícia de Abreu Pinheiro, Política externa brasileira, 1889-2002 integra a coleção sobre história e cultura brasileira Descobrindo o Brasil, dirigida por Celso Castro, bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre e doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ e atual diretor do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC/FGV). Lançado pela Jorge Zahar Editora, o livro apresenta, em suas 81 páginas, explicitação da autora sobre a formação da política externa brasileira no período entre 1889, ano da proclamação da república no Brasil, a 2002, e consta como parte da bibliografia básica do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD), do Instituto Rio Branco (IRBr).
Sobre a autora: Letícia Pinheiro é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF); mestre em Relações Internacionais pela PUC – Rio; doutora em Relações Internacionais pela London School of Economics; integrou o CPDOC/FVG como pesquisadora e é integrante do Instituto de Relações Internacionais da PUC – Rio como pesquisadora e professora.

Letícia Pinheiro retrata em Política externa brasileira, 1889-2002 fatores básicos para o entendimento da formação da política externa brasileira a partir da Proclamação da República. A autora inicia definindo o que é política externa, que, de acordo com o que expõe na obra, é conjunto de ações e decisões de determinado ator, geralmente, embora não exclusivamente, o Estado, em relação a outros atores externos. Tais ações e decisões são formuladas a partir de oportunidades e demandas de natureza doméstica e/ou internacional, sendo conjugação dos interesses e ideias para inserção de um Estado no sistema internacional.
Logo após a explicação desse conceito, Pinheiro afirma que a ação externa brasileira representa tanto a busca por autonomia por meio da aproximação a pólos de poder mundial (inicialmente Inglaterra; logo após, Estados Unidos da América – EUA; e, atualmente, desponta a aproximação com a China), mas também a procura por diversificação de parcerias ou por maior participação nas instituições internacionais (exemplo disso é a constante exigência de uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas - ONU).
A obra apresenta claramente que no Brasil a estratégia adotada em política externa está pautada no alinhamento às potências mundiais, caracterizando-se pela busca do desenvolvimento, permanecendo isolada do debate público, tanto devido ao baixo impacto que assuntos de natureza internacional exercem sobre a lógica da competição político-partidária, quanto pelo relativo consenso que a política externa conseguiu instituir ou fazer parecer instituir.
Segundo Pinheiro, a Proclamação da República, em 1889, não trouxe grandes alterações na política externa brasileira, uma vez que pontos centrais da linha diplomática defendida pelos monarquistas permaneceram sendo apoiados pelos republicanos. Na verdade, a República, embora garantisse a permanência do modelo agrário-exportador como central na economia brasileira, consolidou o deslocamento do poder das elites em direção ao Centro-Sul, devido à substituição da cultura do açúcar pela do café, de grande atratividade no mercado estadunidense.
Essa transição econômica e política transferiu o alinhamento da política externa brasileira de Londres para Washington, sob a justificativa de promoção do complexo cafeeiro como principal interesse nacional, que, na prática, era interesse das elites.
Com a nomeação de José Maria da Silva Paranhos Jr., o Barão do Rio Branco, principal figura do processo de definição e consolidação das fronteiras brasileiras, como substituto de Quintino Bocaiúva para o cargo de Ministro das Relações Exteriores no ano de 1902, um novo paradigma, definido como pragmático, foi estabelecido na política externa brasileira, tendo como eixo central a percepção de que os EUA constituíam um novo pólo de poder mundial e que buscavam a expansão do seu sistema capitalista e a hegemonia política e econômica no hemisfério, o que transformava a América Latina em sua área de influência e produzia a ideia de que o melhor meio de aumento de recursos de poder do Brasil seria uma maior aproximação com Washington, numa relação de vantagens e ganhos recíprocos, mas assimétricos, pois os ganhos estadunidenses foram escandalosamente mais vultosos do que os brasileiros.
Para os EUA, o real interesse na aproximação com o Brasil era reforçar os princípios da Doutrina Monroe (nota 1) e do Corolário Roosevelt (nota 2), que, segundo a concepção da “ingênua” elite brasileira, não se constituíam em faces do imperialismo do país das listras e estrelas, mas em um recurso defensivo contra o imperialismo europeu. A aceitação aos princípios da Doutrina resultou numa percepção dos demais países latino-americanos de que o Brasil desempenharia o papel de co-responsável e “guarda” dos EUA dentro do continente.

NOTA 1: a Doutrina Monroe se originou em 2 de dezembro de 1823, quando James Monroe, então presidente dos EUA, se pronunciou no Congresso estadunidense a cerca de três princípios contra o colonialismo europeu nas Américas: impossibilidade de criação de novas colônias ao longo do continente; intolerância à interferência de nações europeias em questões internas; e a não participação estadunidense em conflitos envolvendo países europeus. Colocando-se contra a ameaça de países europeus integrantes da Santa Aliança, como Áustria, Rússia e França, de voltar a colonizar países americanos, pregava a “América para os americanos”. A própria indústria do entretenimento americana adotou esses princípios e os Estúdios Walt Disney, por exemplo, lançaram dois filmes direcionados pelos princípios de Monroe: Você já foi à Bahia (The Three Caballeros, no original) e Saludo Amigos (4ª parte do filme abaixo), em que apresenta “costumes” estereotipados de algumas regiões da América Latina. São nesses filmes que surge a personagem brasileira de Walt Disney: o papagaio e malandro Zé Carioca.

 

NOTA 2: O Corolário Roosevelt foi uma resposta ao bloqueio naval conjunto da Inglaterra, Itália e Alemanha em 1902 à Venezuela, por ocasião da negação no pagamento de suas dívidas nacionais pelo presidente Cipriano Castro, que alegava que os juros eram extorsivos e lesivos. Sendo uma afirmação do “direito” dos EUA de intervirem na política da América Latina, foi constituído de um documento enviado ao Congresso estadunidense pelo presidente Theodor Roosevelt no ano de 1904, considerado como complemento à Doutrina Monroe, afirmando que os EUA não aceitariam demonstrações de força nas suas áreas de interesse, ainda que com motivos aceitáveis.

Todavia, o fim da monarquia no Brasil facilitou a aproximação com os vizinhos continentais, todos republicanos. Tal fenômeno, considerado por alguns estudiosos como uma americanização do Brasil, ou sua republicanização, como definiu Amado Cervo e Clodoaldo Bueno, foi favorecido pelo movimento pan-americanista de maior solidariedade e compromisso entre os povos americanos, resultando em período de relativa estabilidade política continental, que atenuou inclusive a tradicional disputa com a Argentina por hegemonia na América do Sul.
Posteriormente, com a entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial em outubro de 1917, após torpedeamento de navios mercantes pelos alemães, o país se qualificou a participar da Conferência de Paz de Paris na condição de aliado e a assumir um assento rotativo no Conselho da Liga das Nações, projetando sua política externa para além dos limites do continente. Inicia-se, assim, a percepção das elites governantes de que o Brasil seria detentor de suposto direito de reconhecimento pela comunidade internacional de seu diferencial na hierarquia mundial, e passa, portanto, a lutar por um assento permanente no Conselho da Liga, contrariando os acertos dos Acordos de Locarno (1925), que concedeu o assento à Alemanha, o que culminou na retirada brasileira da Liga, que defendia o assento como direito adquirido pela sua contribuição ao esforço de guerra e pelo princípio de igualdade jurídica dos Estados, defendido pelo jurista Rui Barbosa desde a Segunda Conferência de Haia (1907).
No livro, Pinheiro afirma que, durante a República Velha e sob a gestão do Barão, houve a padronização da origem social dos novos diplomatas, possibilitando a homogeneidade e a coesão do meio. Zairo Cheibub classifica esse período como “carismático”, pois nele o Itamaraty acumulou prestígio graças aos feitos do Barão, sobretudo na consolidação das fronteiras brasileiras, e a seu surpreendente carisma. Entretanto, o “período carismático” enfraqueceu a estrutura administrativa da diplomacia brasileira, devido o perfil centralizador do Barão. Com o falecimento do Barão em fevereiro de 1912, quando assume o cargo de ministro das Relações Exteriores Lauro Severiano Muller, inicia-se o que foi denominado por Cheibub de “período burocrático-racional”, onde foram implementadas inúmeras reformas, como a reabertura de concurso para acesso à carreira, a padronização da correspondência e a substituição do francês pelo português como língua diplomática oficial, por exemplo. Tal período perdurou até o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), em que houve uma reformulação mais ampla da administração pública.
Enfim, isso é parte do que o excelente livro de Letícia Pinheiro apresenta. Para verificar com mais profundidade o que foi apresentado e também ter conhecimento sobre o que a autora fala sobre os períodos posteriores à Velha República, é interessante ler o livro na íntegra, e a conclusão que se pode chegar sobre a obra é que o Brasil continua mantendo uma constância em seus padrões de política externa, que visa à diversificação de relações, mas sempre com um lastro mais forte com uma potência mundial, que, na atualidade, oscila entre China e EUA. Também é característica do Brasil um discurso de preservação da autonomia e soberania política dos Estados, evitando posicionamentos explícitos sobre medidas de intervenção internacional, porém isso é assunto que pode ser abordado em outra postagem.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

"E cantar RAP nunca foi pra homem fraco, saber a hora de parar é pra homem sábio"




Cê quer saber,
Então, vou te falar,
Porque as pessoas sadias adoecem,
Bem alimentadas, ou não,
Porque perecem.
Tudo está guardado na mente,
O que você quer nem sempre condiz com o que outro sente.
Eu tô falando é de atenção,
Que dá cola ao coração.
E faz marmanjo chorar,
Se faltar um simples sorriso, às vezes um olhar.
E que se vem da pessoa errada, não conta,
Amizade é importante, mas o amor escancara a tampa.
E o que te faz feliz,
Também provoca dor,
A cadência do surdo no couro que se forjou.
E aliás, cá pra nós, até o mais desandado
Dá um tempo na função, quando percebe que é amado.
E as pessoas se olham e não se falam,
Se esbarram na rua e se maltratam.
Usam a desculpa de que nem Cristo agradou.
Falô! Cê vai querer mesmo se comparar com o Senhor?


''As pessoas não são más, mano, elas só estão perdidas. Ainda há tempo.''
Não quero ver você triste assim, não
Que a minha música possa te levar amor...




Exemplo não sou, tô longe de ser.
Cidadão comum com vontade de vencer.
Rap, que energia é essa?
Um dom, um karma, uma dívida , uma prece.
Infelizmente tem alguns que desmerecem.
É tanta coisa na cabeça. Sai fora, me esquece.
Sem saúde, sem paz ,
O nosso povo padece.
No Grajaú só, no frio de dá dó.
Esperando a lotação, pra ir pro evento de rap
Lembrei de alguém que não tá mais entre a gente.
A dona morte vem, carrega os mano na mó pressa,
Uma estrela a mais no céu, um rimador falta na terra.
Deus sabe sempre o que tá fazendo,
Mesmo sabendo disso eu sofro, vai vendo.
Quem tem noção das coisas, sente o peso da maldade.
A cobrança é maior, inteligência traz vaidade.
E quem se deixou levar fraquejou.
Essa é a verdade, aprenda com os erros,
Não se sinta um covarde.
Na praia, Jesus me carregou no colo,
Eu vi o par de pegadas, não entendi o óbvio .
Que o fardo não é maior do que posso carregar.
Se a vida é o jogo, então vamos ganhar.


''As pessoas não são más, mano, elas só estão perdidas. Ainda há tempo.''
Não quero ver você triste assim, não
Que a minha música possa te levar amor...


Então me fala, fala,
Pergunta que não cala.
Se o rap é pro bem, então por que tanta gente atrapalha?
Com o poder da mente, a maldade paraliso.
O mecanismo do sistema é sugar sua alma vivo.
Seu sangue, seu suor, são só detalhe nisso.
Chuva ácida será bem pior que um lançamento de um míssil.
Entre o céu e o inferno, no Grajaú me localizo,
Flutuando na hipocrisia do lodo e do fascismo.
Pronto pra rimar um doido, criolo mestiço,
Eu não sou preto, eu não sou branco, eu sou do rap, eu sou bem isso!
Quem perdeu a noção, por luxúria tá perdido.
Quem perdeu a razão por dinheiro, eu nem te digo.
Saúde e microfone é a fórmula que preciso.
Porque se o rap está comigo, eu não me sinto excluído.


''As pessoas não são más, mano, elas só estão perdidas. Ainda há tempo.''
Não quero ver você triste assim, não
Que a minha música possa te levar amor...

(Letra da música Ainda há tempo,
presente no álbum homônimo do rapper Criolo)

Título da postagem é um trecho da música Sucrilhos, também de Criolo, presente no álbum Nó na orelha

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Malas na mão e muito conhecimento na cabeça*


Delegação na saída de Belém/PA, dia 25 de março de 2012
No período de 28 a 30 de março de 2012, Florianópolis, capital catarinense, sediou o 1º Congresso Nacional Certificadas FGV. Organizado pelo Centro de Educação Superior ÚNICA/SOCIESC e pelo Instituto Superior Tupy/SOCIESC, em parceria com as demais instituições participantes do Programa de Certificação de Qualidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o congresso teve como objetivo promover a discussão por profissionais e estudantes de Administração de temas pertinentes a essa ciência, além de possibilitar interação entre as Instituições de Ensino Superior (IES) participantes do programa.
Para garantir a participação da Faculdade Ideal (FACI), certificada FGV no Estado do Pará, foi criada, por iniciativa dos alunos da instituição e com parceria da Empresa Júnior, uma delegação, maior presente ao congresso, composta por 21 membros. Organizada pelas discentes Renata Yuka, Diany Santos e Isabella Moreira, representantes da ADM & Turismo, empresa que operacionalizou a viagem, a delegação percorreu cerca de 3.590 km, passando, desde sua partida de Belém, no dia 25 de março, até a chegada em Santa Catarina, no dia 27 de março, por um total de 6 estados (Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná).
Amarildo Júnior, Daniela Rodrigues e Felipe Jaime
Também compôs a delegação o Prof. Msc. Oswaldo Júnior (que participou como membro da Comissão Executiva do Congresso), o diretor-mantenedor do Grupo Ideal Antônio Carlos Trindade de Moraes, e a Prof. Esp. Rossicléa Nascimento, orientadora do artigo Gestão estratégica de pessoas e sua influência na obtenção de vantagens competitivassustentáveis: um estudo de caso na empresa Sol Informática, escrito pelas recém-graduadas Simony Aki Nishida e Daniela Rodrigues da Silva, aprovado e defendido no evento por Daniela.
Além do trabalho defendido por Daniela no evento, a FACI também teve aprovado e defendido o artigo Relações de poder em uma empresa de serviços na cidade de Belém: influências na formação político-social dos trabalhadores, orientado pelo Prof. Msc. Josué Monteiro e de autoria de Amarildo Ferreira Júnior, que, da mesma forma que as autoras do outro artigo aprovado, também é recém-graduado em Administração pela FACI e teve seu artigo originado de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Experiência única e enriquecedora
Amarildo Ferreira Júnior, em São José dos Pinhais, Paraná
Muito mais que um evento acadêmico, o Congresso das Certificadas FGV 2012 mostrou-se uma experiência única para os membros da delegação paraense. As lições podem ser tiradas desde o planejamento e organização da viagem, de iniciativa dos alunos e com apoio da Empresa Júnior da FACI, até as discussões e ampliação de networking que o evento permitiu a seus participantes.
Nos 10 dias que se passaram da partida até o regresso a Belém, pode-se citar várias situações de aplicação do conhecimento adquirido nas salas de aula e de vivência de novas experiências. Em uma viagem desse tipo, em que se cruzou o Brasil dentro de um ônibus com um grupo de pessoas que anteriormente tinham uma convivência mínima, verificou-se a importância de respeitar as diferenças, algo extremamente importante nas organizações atuais, e a necessidade de saber gerenciar possíveis conflitos.
A percepção prática da importância em administrar o financeiro também ocorreu, uma vez que os acadêmicos tiveram que fazer o planejamento financeiro da viagem em busca de garantir requisitos mínimos, como transporte, hospedagem e alimentação, e despesas que lhe permitissem usufruir melhor a oportunidade de conhecerem outro estado, como a compra de recordações (destaque para a troca de presentes entre os membros da delegação no retorno à Belém) e visita a pontos específicos da Ilha da Magia, como é conhecida a capital catarinense.
Já em Florianópolis e durante a realização do congresso, os membros da delegação tiveram a oportunidade de debater assuntos relevantes, que foram desde a necessidade de estabelecer o posicionamento de uma marca e de definir estrategicamente seu mercado-alvo, até os rumos que o ensino e a profissão de administrador estão tomando no contexto nacional e internacional. Além disso, o evento proporcionou oportunidade singular de ampliação de redes de contato, tanto profissional quanto acadêmico, o que possibilita realização de projetos futuros em parceria com os participantes do evento. Como exemplo, pode-se citar a presença do acadêmico Felipe Martins Jaime, da Escola Superior de Negócios (ESUP), certificada FGV em Goiás, que também teve artigo aprovado no congresso e participou do evento junto à delegação formada pelos acadêmicos da FACI, e o início de movimentação para criação de um grupo entre os participantes do congresso para realização de estudos relacionados aos temas debatidos no evento.
Amarildo Júnior, Saymon Negrão, Felipe Jaime, Raul Rodrigues e Emerson Lopes apreciando a paisagem da Praia da Joaquina, em Florianópolis/SC
Mas, não foi só o lado acadêmico e profissional que foi explorado durante a viagem. A delegação pôde usufruir de belas praias em Balneário Camboriú e Florianópolis, embora a temperatura encontrada tenha sido abaixo da média em que os paraenses estão acostumados, visitou pontos turísticos nos tours que fizeram pela cidade, assistiu ao jogo entre Avaí e Marcílio Dias pelo Campeonato Catarinense de Futebol e, já no retorno à Belém, aproveitou para se divertir no Beto Carrero World, maior parque de diversões da América Latina, e nas águas termais do Hot Park, parque aquático localizado em Caldas Novas, Goiás.
Assim, dessa experiência pode-se dizer que os congressistas trouxeram muita riqueza cultural, acadêmica e profissional em suas bagagens, retornando à casa não da mesma forma que partiram, mas com maior maturidade, percepção de vida e conhecimentos.

*Texto também publicado no blog do Curso de Administração da FACI.

Fora, Temer!