Às vezes, para escrever um poema,
basta passar aquele seu perfume habitual,
olhar para o lado,
fazer sinal de negativo com a cabeça,
colocar a mão na cintura e, por fim,
abrir um sorriso.
Quando um falso boêmio se põe a escrever
É difícil saber sua real motivação:
Se o fim da Vida, ou o limiar de uma amizade.
Mas hoje, os versos resolveram apenas dizer,
Sem métrica na poetização
E sem véu de falsidade
Que a moça que me enrubesce
E que conhece meus trejeitos
E elogia meu sorrir,
Não sei se conhece meus defeitos
Ou se sabe que me entristece
Ver outro dia se esvair
Essa moça, cujo nome lembra o fio
Da Vida que se desenrola e me envolve
De forma tão pura e singela
É a mesma pela qual me prôpus ao desafio
Que a cada dia mais me absorve
De uma noite, ao velar seu leito,
Arfar seu doce hálito e enfeitar com flores sua janela
E debruçar-me sobre seu peito
Nesse momento de infância e anjos pelo ar
Em que, meio desperta, meio dormindo
Ela possa me falar:
- Bom dia, Sorriso Lindo!
Belém/PA, 17 de novembro de 2011
(Dom Aquiles Crowley)
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