quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Entalhadores do efêmero: a vida associativa na criação dos Brinquedos de Miriti de Abaetetuba

Daqui a uma semana me mudo do Pará para Roraima. Naquele estado, certamente ingressarei e iniciarei outros projetos e atividades. Também é certo que terão algumas diferenças significativas com o que me tocou lidar até o momento, sobretudo pelas dissimilitudes dessa parte da Amazônia brasileira, pela proximidade que estabelecerei com o locus de minha atual pesquisa de doutorado - cujo primeiro trabalho em breve disponibilizo para vocês -, e pelo fato de que estarei tão próximo como nunca estive desde minha graduação de discussões mais constantes sobre a Administração. No entanto, tudo o que aprendi, discuti e experimentei até o momento terá muita importância na forma de pensar o que irei aprender, discutir e experimentar lá, e espero que me ajude nesse anseio de buscar no próprio seio da Administração críticas e práticas distintas, o que tenho chamado de Contra-Administração ou Administração herética (pretendo em breve desenvolver mais a discussão sobre essa forma de apreender e atuar no campo administrativo). Por isso, finalmente publico aqui no MC a minha dissertação de mestrado, na qual encontro o gérmen dessa discussão que pretendo desenvolver nos próximos anos.
Embora desde meu trabalho de conclusão da graduação, no qual escolhi um tema atípico para um administrador - a discussão das relações de poder em empresas através de um estudo de caso (case, no jargão gestionário) -, tenha demonstrado um interesse distinto da maioria de meus colegas de curso e formação, ainda nele, e por inúmeras razões, não me foi possível ocasionar uma ruptura ou questionamento maior e mais profundo ao utilitarismo acrítico hegemônico nessa ciência social aplicada. Saí da graduação, portanto, com esse profundo incômodo.
Assim, foi durante o mestrado que fiz o (necessário) movimento de afastar-me da Administração e buscar outras discussões, mantendo contato mais intenso especialmente com a Sociologia, a Microssociologia e a Antropologia. Por isso considero que é nesta dissertação que agora disponibilizo que encontro o gérmen das discussões e reflexões que me tomam atualmente e que pretendo aprofundá-las tanto no decorrer do doutorado que já me alcança pela metade e da atuação que terei em Roraima dentro do Instituto Federal daquele estado.
Iniciei o trabalho de elaboração da dissertação abaixo pensando em (1) afastar-me da relação profissional-investigativa quase exclusiva entre administrador e empresa stricto sensu, (2) reaproximar-me de uma Abaetetuba que esteve muito presente em minha infância, quando ia passar algumas férias na casa de minha avó paterna, a quem dedico in memoriam a dissertação, e, para atender o primeiro ponto, (3) discutir associativismo entre os artesãos e artesãs de miriti. Com o tempo, e especialmente através dos diálogos com meu orientador, Silvio Lima Figueiredo, percebi que o associativismo repete os mesmos erros racionais-utilitaristas da Administração e, mais que isso, é impositivo e desconhece as idiossincrasias daqueles atores sociais que enquadra, contribuindo com as tendências de estereotipação e reforço de estigmas, com a reificação de exclusões e marginalizações, e com a instauração de desenraizamentos e perdas de sentidos, o que pode desembocar em sérios conflitos desagregadores.
Desse modo, como alternativa a essa prática social técnico-racionalista e apologética, estabeleci uma outra perspectiva de abordagem, denominada como vida associativa, que, como vocês verão na dissertação e podem inferir a partir de outro texto já publicado aqui, é um processo longo e restituidor de sentidos, de forma que por ora penso que a vida associativa é uma das formas mais evidentes da Contra-Administração. Não me estenderei mais, deixando aos interessados o convite de que conheçam essa discussão por meio da leitura da dissertação, embora atualmente existam outros elementos e dimensões que naquele momento não pude abarcar, mas que venho tentando abordar e rever em novos trabalhos.
Por fim, reitero meus agradecimentos a todos os artesãos e artesãs de miriti, conforme consta na dissertação, e retifico-me de um lapso de tempo e memória que me fez deixar de fora dos agradecimentos minha prima Luana Alcântara e toda sua família, que me recebeu a cada ida à Abaetetuba e cuidou de mim de forma tão leve. Desculpe-me.



 
Em caso de citações, recomendo o uso da seguinte referência:
 
FERREIRA JÚNIOR, A. Entalhadores do efêmero: a vida associativa na criação dos Brinquedos de Miriti de Abaetetuba. 2015. 198f. Dissertação (Mestrado em Planejamento do Desenvolvimento) - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém, 2015.

quinta-feira, 17 de março de 2016

O Fascismo, por Luis Britto García

1
Hollywood representa o fascismo como bando de mal-encarados em uniformes, que agitam estandartes e gritam palavras de ordem. A realidade é mais perversa. Segundo Franz Leopold Neuman em Behemoth: The Structure & Practice of National Socialism, 1933-1944, o fascismo é a cumplicidade absoluta entre o grande capital e o Estado. Onde os interesses do grande capital passam a ser os da política, anda próximo o fascismo. Não é casual que surja como resposta à Revolução comunista da União Soviética.
2
O fascismo nega a luta de classes, mas é o braço armado do capital nela. Aterroriza à baixa classe média e os excluídos com o pavor à crise econômica, à esquerda e à proletarização, e as enrola como paramilitares para reduzir pela força bruta a socialistas, sindicalistas, trabalhadores e movimentos sociais. Mussolini foi subvencionado pela fábrica de armas Ansaldo e o Serviço Secreto inglês; Hitler financiado pelas indústrias armamentistas do Ruhr; Franco, apoiado por terra-tenentes e industriais; Pinochet pelos Estados Unidos e a oligarquia chilena.
3
A crise econômica, filha do capitalismo, é por sua vez a mãe do fascismo. Apesar de estar no lado vencedor da Primeira Guerra Mundial, Itália sai dela tão destruída que a classe média se arruína e participa massivamente da Marcha sobre Roma de Mussolini. Na eleição de maio de 1924, Hitler obteve somente 6,5% dos votos. Nas de dezembro desse ano, somente 3,0%. Mas, nas eleições de 1928, quando rebenta a grande crise capitalista, obtém 2,6%, em 1930 ganha 18,3%, e em 1932, 37,2%, com o que ascende ao poder e o utiliza para anular os restantes partidos. Mas, o fascismo não remedia a crise: a piora. Durante Mussolini, o custo da vida se triplicou sem nenhuma compensação salarial nem social. Hitler empregou os desempregados na fabricação de armamentos que conduziram à Segunda Guerra Mundial, que devastou a Europa e causou sessenta milhões de mortos. Franco inicia uma Guerra Civil que custa mais de um milhão de mortos e várias décadas de ruína; os fascistas argentinos eliminam uns trinta mil compatriotas; Pinochet assassina uns três mil chilenos. O remédio é tão mal quanto a enfermidade.
4
O fascismo convoca as massas, mas é elitista. Corteja e serve às aristocracias, seus dirigentes vêm de das classes altas e instauram sistemas hierárquicos e autoritários. Charles Maier, historiador, acentuar que até 1927, 75% dos membros do partido fascista italiano vinha da classe média e média baixa; só 15% eram trabalhadores, e 10% procedia das elites, que, sem embargo, ocupavam as altas posições e eram quem definitivamente fixavam seus objetivos e políticas. Hitler estabelece o “Fuhrer-Prinzip”: cada funcionário usa seus subordinados como melhor deseje para alcançar a meta, e presta contas somente ao seu superior. O Caudilho falangista responde somente ante Deus e a História, isto é, perante ninguém.
5
O fascismo é racista. Hitler postulou a superioridade da “raça” ariana, Mussolini arrasou com líbios e abissínios, e planejou o sacrifício de meio milhão de eslavos “bárbaros e inferiores” a favor de 50.000 italianos superiores. O fascismo sacrifica os povos ou culturas que despreza em troca de atingir seus objetivos. Os falangistas ocuparam Espanha com tropas mouras de Melilla. Alber Speer, o ministro de Indústrias de Hitler, estendeu a Segunda Guerra Mundial de dois a três anos mais com a produção armamentista ativada por três milhões de escravos de raças “inferiores”.
6
Fascismo e capitalismo têm rostos aborrecíveis que necessitam máscaras. Os fascistas copiam consignas e programas revolucionários. Mussolini se dizia socialista, o nazismo usurpou o nome de socialismo e se proclamava partido trabalhista (Arbeite); em seu programa, sustentava que não se devia tolerar outra renda que não a do trabalho. Por sua falta de criatividade, roubam os símbolos de movimentos de signo oposto. Os estandartes vermelhos comunistas e a cruz gamada, símbolo solar que no Oriente representa a vida e a boa fortuna, foram confiscados pelos nazistas para seu culto da morte.
7

O fascismo é beato. O padres apoiaram aos falangistas que saiam a matar próximos e fuzilar poetas. O Papa bendisse as tropas que Mussolini mandou à guerra; nunca denunciou os atropelos de Hitler. Franco e Pinochet foram idolatrados pela Igreja.
8
O fascismo é misógino. A missão das mulheres se resume em Kirche, Kuchen, Kinder, isto é, igreja, cozinha, filhos. Nunca figurou publicamente uma companheira ao lado de seus líderes; quem as tiveram, as escondiam ou relegaram minuciosamente. Nunca aceitaram que uma mulher ascendera por próprio mérito ou iniciativa. Hitler as encerrou em estabelecimentos de criação para parir arianos; Mussolini lhes designou o papel de ventres para incrementar a demografia italiana; Franco e Pinochet as confinaram na igreja e na sala de partos.
9

O fascismo é anti-intelectual. Todas as vanguardas do século passado foram progressistas: a relatividade, o expressionismo, o dadaísmo, o surrealismo, o construtivismo, o cubismo, o existencialismo, a nova figuração. A todas, salvo ao futurismo, tratou como “Arte Degenerada”. O fascismo não inventa, recicla. Somente acredita no ontem, um ontem imaginário que nunca existiu. O fascismo assassinou Matteotti, encarcerou Gramsci, fuzilou García Lorca e provocou a morte de José Hernández no cárcere. Pinochet assassinou Víctor Jara. Quando ouço falar de cultura, saco minha pistola, dizia Goering. Quando ouçamos falar de fascismo, saquemos nossa cultura.

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Com farinha e sem açúcar,


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Arenas públicas & vida associativa: perspectivas de abordagem

Em novembro de 2015, o Grupo de Pesquisa Estado, Territórios, Trabalho e Mercados Globalizados (GETTAM) organizou, com o apoio do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido da Universidade Federal do Pará (PPGDSTU/NAEA/UFPA), o Seminário Internacional América Latina: política e conflitos contemporâneos – SIALAT 2015. O evento, de acordo com sua organização, objetivava "[...] criar um espaço de reflexão, e de interpretação, sobre as transformações que vem ocorrendo em diferentes países da América Latina em função de avanço dos interesses de mercado sobre os territórios ocupados e seus recursos naturais, evidenciando o crescimento de conflitos e de lutas sociais".
Participei dessa contribuição para ampliar o debate e a compreensão sobre as transformações e os conflitos ocorrentes na Pan-Amazônia e América  Latina, assistindo algumas de suas conferências e mesas redondas, e apresentando o trabalho a seguir em uma das sessões do Grupo de Trabalho 08 - Pensamento social na Pan-Amazônia e imaginário latino-americano.


Em caso de citações, recomendo o uso da seguinte referência:

FERREIRA JÚNIOR, A. Arenas públicas & vida associativa: perspectivas de abordagem. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL AMÉRICA LATINA: políticas e conflitos contemporâneos, I, 2015, Belém. Anais... Organização de Edna Maria Ramos de Castro et al. Belém:  GETTAM - NAEA - UFPA, 2015. p. 1665-1676. Disponível em: <http://produtoracolaborativa.com.br/sialat2015/wp-content/uploads/2015/12/SEMINARIO-SIALAT.pdf>.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O ringue sociológico

Para o filósofo e sociólogo francês Pierre Félix Bourdieu (1930-2002), "não há democracia efetiva sem um verdadeiro contra-poder crítico". Esta afirmativa, que pincei de um texto de Thomas Ferenczi publicado originalmente no jornal francês Le Monde dois dias após o falecimento de Bourdieu, que também era articulista do jornal, pode ilustrar bem como o professor do Collège de France percebia a ideia do intelectual crítico e sua importância para a sociedade.
Frequentemente referindo-se à sociologia como um esporte de combate, espaço para luta e conflito, o que reflete sua concepção teórica de campo social, não se pode negar que Bourdieu, em que pese as críticas que possam (e devem) ser feitas à sua obra, foi um intelectual de combate, engajado social e politicamente, e seu sucesso nos meios acadêmicos – há quem diga que ele é o autor mais citado em todo o mundo , pode ter grande correlação com essa concepção das ciências, em especial a social, da qual extraía táticas de ocupação de lugares de fala e de elaboração de programas de pesquisa e de publicações.
Inspirado nesta concepção, o cineasta francês Pierre Carles acompanhou Bourdieu durante três anos (1998-2001), filmando-o em entrevistas para rádio e TV, palestras, manifestações, etc., com o objetivo de compreender suas posições teóricas e o processo de criação de sua "revolução simbólica" e de sua forma de desmascarar a realidade social, isto é, de apresentar os meios de produção desses processos de crença, denegação e ilusão que os poderes constituídos costumam produzir. Daí surge o documentário A sociologia é um esporte de combate (La sociologie est un sport de combat, no original), lançado em 2 de maio de 2001, que vocês podem assistir abaixo, via o canal de vídeos do cardgame Lutas Simbólicas, cuja base referencial é a obra do filósofo e sociólogo francês.

Van Gogh, a Tragédia e a Cor: The Yellow House (The Street)

The Yellow House (The Street), 1888, Vincent van Gogh (1853-1890)

"É uma coisa admirável olhar um objeto e achá-lo belo, pensar nele, retê-lo, e dizer em seguida: vou desenhá-lo, e trabalhar então até que ele esteja reproduzido.
Naturalmente, contudo, esta não é uma razão para que eu me sinta satisfeito com minha obra a ponto de acreditar que não precisaria melhorá-la. Mas o caminho para fazer melhor mais tarde é fazer hoje tão bem quanto possível, e então naturalmente haverá progresso amanhã".
(Vincent van Gogh, Haia, abril de 1882)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O artesanato de miriti e os espaços públicos da cidade de Belém (capítulo de livro)

Amanhã (12/01), Belém, capital do Pará, completará 400 anos da construção de um forte às margens da Baía do Guajará, acontecimento tido como o marco temporal da fundação da cidade e que por isso define seu aniversário. É uma data redonda que, como tal, tem levado a diversas programações (oficiais, oficiosas e alternativas) de comemoração e/ou reflexão crítica sobre a cidade. Por enquanto, não entrarei no mérito de discutir a qualidade, a quantidade e a intencionalidade dessas programações, atitude necessária, vale ressaltar, que vem sendo tomada por diversas pessoas nestes tempos - por algumas, desde tempos antes deste -, com as quais entro em acordo em diversos pontos. Deixo para outro momento a expressão de uma reflexão um pouco mais profunda sobre o tema, talvez colocando-a aqui neste espaço, mas com certeza levando-a para a rua, onde deve estar todo o pensamento que se pretende crítico (não compreendo os intelectuais críticos que supostamente desejam forjar contra-poderes que temem elas, as ruas, que, como eu lhes disse outrora, são mães de toda a Sabedoria).
Portanto, hoje, acho importante destacar o óbvio: Belém não é vivida, concebida e percebida somente por quem é belenense ou nela vive, e por isso não há impedimento para uma ligação íntima com a cidade dessas muitas pessoas que não vivem cotidianamente Belém, e igualmente não há impedimento para a contribuição dessas pessoas para que Belém seja Belém, principalmente uma Belém melhor. Por isso, deixo abaixo um texto que fala sobre um grupo social que vive nossa cidade um pouco mais de longe, do ponto de vista físico, do que nós, que aqui moramos, mas que nutre afetos por Belém, e de como ocorre a produção social de alguns espaços públicos desta cidade durante a festa do Círio; tais espaços têm em comum o fato de serem locais para onde fluem essas pessoas, conhecidas como artesãs e artesãos de miriti de Abaetetuba, cidade distante cerca de 70 km da capital, que presenteiam anualmente a cidade com um dos principais símbolos de sua principal festa, os Brinquedos de Miriti de Abaetetuba, que são uma festa do olhar, como já disse o poeta J. J. Paes Loureiro, dentro da festa da Naza.




Sobre o texto: Este é o quinto capítulo do livro Sociedade, campo social e espaço público, organizado pelos professores Edna Maria Ramos de Castro e Silvio Lima Figueiredo e publicado pela editora do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (NAEA/UFPA), inaugurando a série "Desenvolvimento e sustentabilidade".
No livro constam trabalhos de pesquisa de professores e discentes do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU), do NAEA, elaborados numa perspectiva interdisciplinar com contribuições teóricas e metodologias trazidas por disciplinas da grande área de humanidades, dividindo-se em três partes: (1) estudos sobre transformações sociais, econômicas e territoriais; (2) artigos que tratam da área da comunicação e informação sob várias perspectivas e recortes temáticos; e (3) discussões de questões relativas à desigualdade social, políticas públicas e modelos de gerenciamento de bens e recursos públicos.
Localizado na primeira parte do livro, este capítulo demonstra a produção dos espaços usados pelos chamados artesãos de miriti de Abaetetuba durante os festejos do Círio de Nazaré, que ocorrem anualmente no mês de outubro, em Belém, capital do Pará, apresentando as diferenças entre esses espaços da cidade e suas consequências para os artesãos.


Em caso de citações, recomendo o uso da seguinte referência:
FERREIRA JÚNIOR, A.; FIGUEIREDO, S. L. O artesanato de miriti e os espaços públicos da cidade de Belém. In: CASTRO, E. M. R.; FIGUEIREDO, S. L. (Org.). Sociedade, campo social e espaço público. Belém: NAEA, 2014. p. 74-88.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Van Gogh, a Tragédia e a Cor: Wheat Field with the Alpilles Foothills in the Background

Wheat Field with the Alpilles Foothills in the Background, 1888, Vincent van Gogh (1853-1890)
"E é a consciência de que nada (exceto a doença) pode me arrancar esta força que começa agora a se desenvolver, é esta consciência que faz com que eu encare o futuro com coragem, e que no presente eu possa suportar muitos dissabores".
(Vincent van Gogh, Haia, abril de 1882)

Fora, Temer!