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Imagem obtida em Humor em Pânico |
Na primeira vez que Amarildo Júnior
morreu
Ainda era tenra criança
Que viu uma triste quebra de aliança
E se pôs a recortar fotografias à
espera de Morfeu.
Mas, não sabe-se o porquê, alguns de
nossos guris
Não são logo requisitados pelo além
Ou porque Deus quer querubins,
Ou por outro motivo que não cabe a
ninguém,
Pois Ele prefere mantê-lo em segredo.
Já aos dezesseis, ele morre por Amor.
Não, não, não: esqueça o triste verso
anterior!
A segunda morte não foi por Amor, mas
por Traição;
Que o levou a atentar contra seu
suspiro,
Porém sem forca, corte ou tiro
(Nada disso ele fez naquele dia)
E, por não morrer com convicção,
A Mansão dos Mortos o devolveu por
covardia.
Na terceira vez que a Morte levou
Amarildo
Pegou-lhe sem prévio aviso
E, na hora de navegar os rios de Hades,
Não tinha nenhuma moeda para pagar o barqueiro
(À travessia não bastavam suas
maldades).
Então, como poder atravessar o
Aqueronte
Se não se tem como pagar o serviço
de Caronte?
Assim, a Morte o devolveu - acreditem -, por falta de dinheiro!
Quando a Terra lhe abriu a boca pela
quarta vez
Ele se jogou com todos seus devaneios
Como quem se joga ao Amor preso aos
seios
Da última amada que lhe oferece a tez,
E pela orla dos rios caminhou sozinho
Até chegar ao letreiro de Dante
Que indica a Porta da Perdição
E lhe faz refletir sobre ir adiante
Ou suplicar por perdão
Ao Santo dos Santos, Protetor do
Andarilho,
Que não lhe permitiu seguir a andança
Pois em seu coração ainda havia verde Esperança.
Na quinta vez, Deus já não interveio
E a overdose lhe fechou o olho
(O mesmo em que o álcool se fez
lágrimas).
Assim ele explorou os círculos
do inferno,
Com penitências mínimas
E suficientes para resolver seu
conflito interno,
E mais uma vez a Porta da Morte lhe
abriu o ferrolho.
Agora, na sexta vez que o Anjo da
Morte lhe der a benção,
Deverá escolher bem o lugar que o vai jogar,
Se no Céu ou Purgatório,
Pois o inferno lhe tornou homem
De bom humor e fácil parlatório
Que às mulheres e noites consomem.
Mas, além da sexta, será necessária sétima Morte
Que possa matar seu coração forte
E colocar sua bagunça em ordem
O que já não é muito, e por isso exclama: no problem!
Belém/PA, 24 de dezembro de 2011
(Dom Aquiles Crowley)
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