quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Semana Acadêmica de Administração da FACI é encerrada com brilhante palestra.

Evento: Palestra “CRA – Regulação, Administrador Social e Mercado de Trabalho”
Palestrante: Diretor de Fiscalização e Registro do Conselho Federal de Administração (CFA) Adm. José Célio Santos Lima
Local: Auditório FACI II Data: 25/9/2008


O evento aqui relatado é o desfecho da IX Semana Acadêmica de Administração da FACI, que se iniciou com a execução do Hino do Estado do Pará e da música “Sabor Marajoara”, de autoria do cantor e compositor paraense Nilson Chaves, e com o pronunciamento do Prof. Gilberto Alcindo, coordenador do curso de Administração da FACI, do Prof. de Ciências Sociais e Políticas Cláudio Carvalho e do graduando em Administração Emerson Lima, representante do Centro Acadêmico, que agradeceram a todos os envolvidos na realização do evento e enfatizaram a importância da Semana Acadêmica como forma de intercâmbio de conhecimentos entre acadêmicos e profissionais de destaque em suas áreas de atuação e a conscientização de que o aprendizado deve ser constante. Após os pronunciamentos, desfez-se a mesa e o palestrante José Lima iniciou sua palestra criticando ferrenhamente o Secretário de Gestão do Estado de Alagoas, que classificou a classe administradora alagoana como incompetente num evento realizado na faculdade CESMAC (Centro de Estudos Superiores de Maceió), ressaltando que tal incompetência não provém de administradores em si, mas sim de cabos eleitorais que ocupam cargos administrativos sem qualidade para tal por conta de favores políticos. Após esta critica, ele inicia a demonstração do papel do administrador no Mercado de Trabalho, seus cenários e suas perspectivas.
Lima destaca um fato muito importante: a diferença entre a Academia e o Mercado de Trabalho. Tal diferença reside no fato de as teorias estudadas na Academia não são modelos que permanecem imutáveis frente às variáveis que se encontram na realidade, ou seja, elas devem apenas servir como uma base de direcionamento para poder lidar com esta ou aquela situação. Assim, quando somos alunos somos dependentes, precisamos de supervisão e aprendemos com nossos erros, mas quando se é profissional é necessário ter independência, responsabilidade e a consciência de que qualquer erro pode ser fatal para a organização a qual pertencemos e até para a nossa própria vida profissional. Outro fator que é citado por ele é a falta de aproximação entre Academia e Mercado, pois muitas instituições de ensino não acompanham as exigências do Mercado, ao passo que este também não repassa os parâmetros que devem nortear a formação de mão-de-obra qualificada para atendê-lo. Isto resulta numa subqualificação de mão-de-obra, ficando muito aquém da qualificação ideal para desenvolvimento do Mercado e, também, dos profissionais incluídos nele.
Lima prossegue sua palestra mostrando-nos a jovialidade da Ciência da Administração, que só passou a ser considerada profissão no Brasil por intermédio da lei 4.769 de 9 de setembro de 1965, e a dificuldade de se determinar um campo especifico de atuação por ser uma ciência altamente genérica. Ele ressalta, ainda, a incompletabilidade da lei que regulamenta nossa profissão, lei esta que apresenta tais falhas por não ter sido redigida por administradores e, com isso, desconhece, ou finge desconhecer, alguns dos pontos ligados aos interesses de nossa classe. Em seguida, Lima nos apresenta os Conselhos Regionais e Federal de Administração, órgãos responsáveis pelo registro dos profissionais realmente aptos a exercer esta profissão, e que têm por missão difundir a Ciência da Administração, valorizar o profissional da área e defender a sociedade ao usar nossos conhecimentos para construção da mesma.
Após estas conjecturas, somos apresentados a quatro campos de atuação de nossa Ciência, ou seja, campos onde deverá constar pelo menos um administrador devidamente registrado para representar a organização, determinados pelo artigo 2º, alínea “a” da lei que regulariza a profissão, a saber:
a) administração financeira, orçamentária e patrimonial;
b) seleção e administração de pessoal;
c) administração de comércio exterior; e
d) administração de material, mercadologia e de produção.


Ainda são apresentados dados relativos ao ensino da Administração, mostrando-nos o grande número de instituições que possui este curso em seu portfólio, o perfil do administrador e a postura dos recém-formados no mercado de trabalho. É importante citar o destaque que Lima deu ao fato de o Mercado de hoje possuir uma flexibilidade bem maior do que há algum tempo atrás e de considerar que um bom administrador tem que ter confiança, atitude, persistência, visão sistêmica e aberta do todo e, principalmente, promover ações que possibilitem maior sinergia entre pessoas e recursos para atingir, assim, os objetivos da organização e da sociedade, ou seja, uma conduta fundamentada no respeito.
Ao final da palestra, foram apresentadas algumas das ações dos conselhos (que estão embasadas na fiscalização do exercício da profissão e das condições para que isso ocorra sem desvios e na promoção da qualidade e do bem-estar do administrador, houve a exibição de um curta-metragem que buscava [grifo proposital] mostrar a evolução da humanidade através dos tempos e instigava a procurar perceber os detalhes que podem fazer a diferença mesmo em situações de aparentemente dificuldade (na verdade, um exemplo da contaminação que, infelizmente, a Administração vem sofrendo da “literatura” pseudocientifica acerca de conceitos de motivação e auto-estima) e a entrega do diploma de participação no evento ao palestrante pelas mãos do Prof. Administrador Especialista Allan Carneiro.
Assim, considero que o evento teve uma boa organização, o conteúdo apresentado ajudou-me a entender parte da importância dos conselhos e como poder ser visto como um profissional com diferencial, o palestrante mostrou-se um bom orador e dominador do assunto ministrado, porém me desagradou à falta de tempo para tirar algumas dúvidas que, naturalmente, passam a surgir quando se entra em contato com novos conhecimentos.

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