Imagem obtida na Revista em Quadrinhos A Paixão do Arlequim, de Neil Gaiman e John Bolton |
Hoje sei que um garfo, uma faca
E uma garrafa de ketchup vagabundo
Bastam para o vento de fevereiro me fazer tremer,
E que algo mude em meu mundo,
E que minha fantasia se desfaça,
E que se desiluda Joshua Norton qualquer.
Só há ausência em toda parte
E onde está o espaço para nossa Commedia Dell'Arte?
Será essa nossa realidade, Flaminia?
Minha poesia não pode mais ficar contida
Pois ainda quero lhe dizer
Che bella notte, mascara linda!
E esperá-la responder
Bella notte, forasteiro!
Assim lhe peço: não deixe o Arlequim virar Pantaleão!
E nem seguir o choro do injustiçado Pedrolino
Pois mesmo que não pregue mais em tua porta meu coração
E não ressoem mais os batuques e tão pouco o violino
Ainda assim a pantomímica não se finda
Pois tens de volta esse poeta lisonjeiro
Que te deseja buona sera, mascara linda!
E a que respondes "buona sera, forasteiro"!
Belém/PA, 19 de abril de 2012
(Dom Aquiles Crowley)
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